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Complexo Individual e Cultural - Entre o Fascínio e o Perigo na Busca pela Alteridade nas Relações I

Atualizado: 12 de mai. de 2023


Complexo Individual e Cultural - Entre o Fascínio e o Perigo na Busca pela Alteridade nas Relações Interculturais

APRESENTAÇÃO DO LIVRO


Somos seres culturais. Cada um de nós é um representante de uma cultura única, permeada de um conjunto de características culturais híbridas, das quais não somos conscientes, ou, ao menos, apenas parcialmente conscientes.


Cada um de nós é um universo único, circundado por outros universos únicos individuais, formando uma rede de microuniversos maiores, compostos pelos pequenos grupos de relacionamento familiar e social, todos inseridos num Universo maior, e extremamente complexo, o Unus Mundus.


Este livro é uma tentativa de compreensão de como esse universo individual está inserido, e se relaciona, com os outros universos individuais e suas culturas, buscando considerar o máximo de nuances que influenciam a formação de cada personalidade, e como cada indivíduo interfere na cultura e no equilíbrio das relações sociais.


O processo de individuação é um dos conceitos mais importantes da Análise Junguiana, mas o que significa tornar-se quem se é, em meio a tantas interferências socioculturais a que estamos sujeitos?


As liberdades individuais e o próprio livre-arbítrio estão sujeitos a influências difíceis de se detectar. Somos o resultado de nossa educação e formação cultural, ao mesmo tempo que tentamos ser nós mesmos, num balé orquestrado por uma música nem sempre harmoniosa.


Qual a importância dos fatores culturais no processo de individuação? Até que ponto a cultura é um facilitador ou fator de stress durante o processo de individuação? Somos senhores de nosso próprio castelo, ou peças de um jogo de tabuleiro, do qual não conhecemos profundamente as regras?


Certamente estamos tão longe de uma pureza racial quanto de uma pureza cultural. Somos todos híbridos culturais num mundo cada vez mais polarizado. As fronteiras territoriais são tão incapazes de impedir o trânsito de indivíduos que querem migrar de um país ao outro quanto as fronteiras e defesas psíquicas são incapazes de nos proteger das influências socioculturais que tornam nossa alma miscigenada, muito antes do hibridismo de nossa genética.


As questões políticas e religiosas sempre foram fatores de extrema importância na formação das personalidades individuais e culturais. Hoje sabemos que também são importantes na formação de defesas psíquicas e suas patologias. Olhar para um indivíduo e levantar informações sobre sua família de origem sempre foi uma prática rotineira na psiquiatria e na psicologia, constituindo fator fundamental nas anamneses, porém as questões culturais têm sido acrescentadas, tornando-se cada vez mais relevantes, pois contextualizar a origem sociocultural de um indivíduo torna-se tão fundamental quanto a compreensão ideológica do contexto original de uma prática política ou psicoterapêutica.

Não basta analisarmos as circunstâncias de vida de um determinado indivíduo sem contextualizarmos suas origens psíquicas, e como isso pode influenciar sua integração e adaptação social, sua capacidade criativa e resiliência.


As relações familiares estão permeadas por pressupostos culturais tão arraigados, tão inconscientes e automatizados, que caso não sejam devidamente abordados podem se tornar uma constante responsabilização pessoal que não ajuda ninguém. Não basta sermos responsabilizados pelo mal que possamos causar a nós mesmos e aos outros, precisamos compreender como nos tornamos replicadores de comportamentos tóxicos, que afetam a nós enquanto indivíduos e à nossa sociedade como um todo.


As relações interculturais a que me refiro neste livro partem da micro realidade cultural individual presente em cada um de nós, permeando as representações simbólicas do inconsciente coletivo, numa eterna enantiodromia.

Para conhecer ou adquirir o livro, siga o link:


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